No mês de junho, pudemos acompanhar a comoção mundial em relação ao incêndio que atingiu um edifício residencial em Londres e deixou ao menos 79 mortos e mais de 70 pessoas feridas.

Após perícia, a Polícia Metropolitana de Londres anunciou a causa: o maior incêndio britânico em séculos começou numa simples geladeira.

Você deve estar se perguntando, mas como um simples eletrodoméstico pode causar todo esse estrago?

A questão é, não foi apenas uma geladeira. O fogo se alastrou de forma rápida e atingiu tamanha proporção, devido ao revestimento da fachada não ter passado nos testes de segurança.

Também em junho, na cidade de Tubarão/SC, um apartamento, no 7º andar de um edifício, pegou fogo e após o laudo pericial, constatou-se que o incêndio começou por causa de um charuto que o morador deixou cair entre o colchão e a cabeceira da cama. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo só não se alastrou devido à disposição das proteções estruturais, de acordo com a legislação.

Aqui, temos dois casos que mostram como uma simples situação pode causar um desastre. No caso de Londres, infelizmente pessoas morreram e muitas ficaram feridas pelo fato da estrutura do prédio estar irregular. No caso de Tubarão, as estruturas estarem de acordo com a legislação fez com que não ocorresse uma tragédia.


Há muitos anos vemos nos noticiários incêndios que atingem prédios no Brasil e no mundo todo. O Brasil possui um triste histórico de graves incêndios registrados nos últimos anos. Ocupamos o 3º lugar no ranking mundial de mortes por incêndio (incluindo ocorrências florestais e em edificações). Estar nesse ranking é motivo para reflexão e ação. Tal dado é alarmante, e está relacionado com a fragilidade dos sistemas de proteção contra incêndio, além de falhas na regulamentação e na manutenção de equipamentos, destinados ao combate ao fogo.

As causas mais comuns de incêndios em prédios são curtos-circuitos, descargas elétricas e a falta de equipamentos que possam controlar o fogo. Jogar pontas de cigarros pelas janelas, também tem sido um grande causador de incêndios em condomínios.

Para que não haja problemas com as instalações e processos dentro do condomínio, o síndico deve estar atento a tudo que acontece a sua volta, afinal é ele quem responde civil e criminalmente caso algo errado aconteça.

Preparamos um checklist contra incêndio. Confira:

  • Brigada de incêndio: em prédios comerciais, 50% da população deve participar do curso de brigada. Já nos condomínios residenciais a norma diz que 80% da equipe de trabalho deve fazer parte do curso, além de um representante por pavimento. O curso deve ser aplicado uma vez por ano, e se mais de metade da brigada se mudar, deve ser feita uma reciclagem;

  • Extintores, mangueiras e hidrantes: devem passar por manutenção preventiva anualmente. A empresa deve ser especializada nesse tipo de serviço e certificada pelo INMETRO. Extintores devem ser recarregados uma vez por ano e conter o selo do INMETRO.
  • O zelador deve passar semanalmente e checar em todos os pavimentos se os extintores não foram esvaziados e se o hidrante contém todos os seus itens: mangueira, adaptador, chave e esguicho.

  • Porta corta-fogo: esse dispositivo é um dos mais importantes em caso de incêndio, pois permite a saída dos moradores. As portas devem estar desobstruídas – jamais trancadas – e fechar-se sozinhas, após abertas.
  • Seguro: o condomínio é obrigado por lei a ter uma cobertura contra incêndio. Porém, o pagamento desse prêmio está sujeito ao cumprimento das obrigações legais do condomínio, como ter número de brigadistas suficientes – como manda a lei e o AVCB, em dia.
  • Alarme contra incêndio e sprinklers: esses dispositivos não são obrigatórios em condomínios residenciais. Em empreendimentos comerciais, aconselha-se sua manutenção uma vez por ano.
  • Escadas: As escadarias do condomínio – seja comercial ou residencial- devem estar totalmente desobstruídas. Ou seja, nada deve ficar na escada
  • Rota de fuga e sinalização: Todas as edificações devem ter sua rota de fuga sinalizada com cartazes fotoluminescentes. Todos os pavimentos devem ter placas mostrando em qual andar estão, para que sentido é o térreo e/ou a rota de fuga estudada, além de onde estão hidrantes, extintores e alarme.

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